terça-feira, 8 de junho de 2010

1ª Mostra de Filmes


O Canalha
Ficção, Cor, digital, 13min, DF, 2009

Direção: Latege Romro Filho e Rodrigo Luiz Martins
Utilizando trechos de depoimentos, roteiros e a imaginação; o curta O canalha simula fragmentos da personalidade e da cinematografia perdida do cineasta Latege Romro.
Elenco: Juliana Gregoratto, Selma Damasceno, Luísa Viotti, Maíra Santiago, Brigitte Helena, Marfisa Heloisa e Jota Pingo.
Produção executiva: Rodrigo Huagha
Roteiro e fotografia: Rodrigo Luiz Martins
Montagem: Gustavo Serrate
Som: Éverton Rosa
Direção de arte e cenografia: Brigitte Helena
Produtora: Huagha Produções Audiovisuais
Filmografia: A capital dos Mortos. Passarela. Behr de Brasília.
Filme concorrente ao troféu Câmara Legislativa do DF

A festa
Direção: Tiago Belotti
A festa é um filme que narra a história de amigos que se arrumam para uma festa. É um filme em dois atos mostrando diálogos dos amigos sentados à mesa e um casal que se arruma para ir para uma festa. No meio da discussão há informações reveladoras sobre os personagens.
O filme é feito com plano geral. Não há movimentos de câmera, ela é estática. Os diálogos contam muito do filme. A narração é outro ponto importante, pois, o filme necessariamente é dialogo. A fotografia no primeiro ato esta destacando as cores vermelhas para fazer contrastes com o ambiente.



Cuidado! Palhaços
Documentário, 2008, Cor e P&B, Digital, 14 min

Direção: Pablo Peixoto

Cuidado! Palhaços, esse documentário procura enfatizar como os irmãos Saúde conheceram e se apaixonaram pelo circo especialmente como se tornaram palhaços. Há no filme entrevistas mescladas com imagens dos palhaços no parque da cidade, ou seja, mostram-nos trabalhando e levando alegria as crianças com a profissão que escolheram: serem palhaços.



Geni
Ficção, cor, digital, 13min, DF, 2008

Direção:Marco Alencar
Geni é um filme pensado no mundo dos menos favorecidos, ele é inspirado numa musica de Chico Buarque de Holanda. Entre planos conjuntos, over the sholder e plano geral, câmera no alto, etc, o filme ganha corpo e dinamismo. O filme é retratado sobre a ótica do narrador, aquele onipresente e onisciente e que está o tempo todo no filme falando, através da música, sobre o personagem. As imagens da cidade à noite são marcantes nessa obra para mostrar o outro lado das prostitutas, que trabalham nas ruas e são descriminadas como a personagem principal “Geni”.
Elenco:Ricardo César, Carlos Augusto Cacá, Marcos Araújo, Emerval Crespi, Pablo Peixoto, Fátima Kossta, Bruno Alencar e Antônio Salim.


Reticências
Ficção, cor, digital, 15min, DF, 2009
As reticências são pontos que assinalam uma continuidade. Mas como pontos, assinalam também uma ruptura. Reticências é um recorte na vida de Alex e Alice. Dois jovens que moram juntos e partilham uma relação de amor e afeto. Até o momento de ruptura que as relações amorosas desesperadamente se deparam.
Direção: Jackson Villela
Elenco: Alessandro Brandão, Gisele Nirenberg, Larissa Mauro e André Couto Costa. Produção executiva: Renato Marques
Roteiro: Jackson Villela

sábado, 5 de junho de 2010

Inscreva seu Filme!

Estão abertas até 12 de julho as inscrições para obras audiovisuais brasileiras de cinco até 30 minutos de duração no banco de dados da Programadora Brasil. As inscrições podem ser efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas, para obras audiovisuais com duração entre 5 e 30 minutos, de qualquer gênero e ano de realização, desde que possuam o CPB – Certificado de Produto Brasileiro, emitido gratuitamente pela Ancine – Agência Nacional de Cinema (http://www.ancine.gov.br/). Para inscrever um ou mais títulos, o responsável deve acessar o regulamento disponível no link http://www.programadorabrasil.org.br/inscreva_seu_filme.
A Programadora Brasil conta atualmente com 494 títulos em seu acervo que já podem ser adquiridos por seus mais de 1.160 pontos de exibição audiovisual associados em todos os estados do país. Outros 207 novos filmes estão contratados e até setembro próximo estarão disponíveis em 60 novos programas/DVDs.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Estudo comprova concentração de salas

Segundo estudo, 85% das poltronas de São Paulo estão nesses centros comerciais, escolhidos pela praticidade e segurança; salas de rua são 11%Já parou para pensar como estão distribuídas as 67.392 poltronas de cinema de São Paulo? Quem prefere assistir aos últimos lançamentos em uma das salas disponíveis nos shoppings centers certamente tem mais opções. Um estudo do geógrafo Eduardo Baider, da Universidade de São Paulo (USP), constatou que 85% das poltronas da cidade estão localizadas nos cinemas Multiplex, enquanto os cinemas de arte reúnem 11% dos assentos.“A concentração dos cinemas nos shoppings decorre da interiorização do lazer e da privatização da vida social, baseada no discurso de que as ruas são perigosas”, explica o geógrafo. Os cinemas de bairro são ainda mais raros: são 590 poltronas, 1% do total. Cineclubes e salas especiais de exibição completam a lista, com 3% das poltronas. As salas eróticas não foram consideradas no estudo.Perfil. Dos cinemas Multiplex, apenas o Bristol, o Kinoplex Itaim e o Marabá estão fora de shoppings centers. A rede Cinemark, que em 2009 recebeu cerca de 32 milhões de espectadores em todo o País, administra mais de 50% das poltronas disponíveis em São Paulo. São 137 salas em 16 complexos localizados nos shoppings. O crescimento das redes de cinemas Multiplex, segundo Baider, acompanha a multiplicação de shoppings e sua expansão por todas as regiões da cidade.“Os grandes cinemas de rua que se concentravam na região da Avenida São João e que tiveram o seu auge na década de 50, entraram em decadência com a popularização do automóvel e da televisão”, afirma o geógrafo. “Esse declínio, que ocorreu a partir da década de 60 e cujo auge foi na década de 70, coincide com início da concentração de cinemas em espaços fechados, com grande capacidade de absorção dos automóveis.”Frequentadores. Além de mapear os espaços de exibição, Baider relacionou o perfil dos frequentadores com o local do cinema, a partir de 150 entrevistas in loco. “O frequentador de shopping, de maneira geral, vê o cinema como lazer”, avalia. “Se preocupa menos com o que vai assistir e se apropria de forma superficial e efêmera do produto cinematográfico.”O engenheiro Sergio Mendes Monteiro, de 59 anos, só vai ao cinema com a família em shoppings, principalmente no Villa-Lobos. “É uma questão de comodidade, fica a cinco minutos de casa, então é mais fácil”, justifica. As opções de filme no shopping, segundo ele, também têm mais a ver com o seu gosto do que a programação dos cinemas de rua. “Se for para ver um filme muito intelectual, para me encanar, prefiro ficar em casa.”A bancária Vanessa Rodrigues, de 30 anos, também só frequenta cinema em ambientes fechados. “Nunca fui nesses cinemas de arte. Não tenho interesse e o shopping fica perto de casa. O ingresso é um pouco caro, mas vale a pena”, diz.Já os frequentadores dos cinemas de arte, segundo Baider, apropriam-se de forma mais densa do filme. “Isso induz a uma apropriação mais sólida do próprio espaço de exibição.”A artista plástica Clara Ianni, de 22 anos, é frequentadora assídua desses cinemas de arte. “Detesto cinema de shopping. Quando vou a um cinema de rua, o programa é ir ao cinema, sem outras interferências”, observa.31 de maio de 2010 0h 00Fonte: Estadão.Com.Br

Artigo: Impasses do cinema brasileiro

Seção: CINEMA
Conexões
21.maio.2010 12:07:16 Luiz Zanin (Estadao)

No começo dos anos 1990 o cinema brasileiro estava entregue a si mesmo. Com o desmanche da era Collor, foi jogado à arena do mercado e por pouco não sucumbiu. A mensagem do então presidente e seu escudeiro Ipojuca Pontes era clara. Se o cinema nacional for importante para o povo brasileiro, este virá em seu socorro na única esfera reconhecida pela doutrina neoliberal – o mercado. Ninguém fez um gesto; ninguém deu um pio.
Foi preciso que Collor caísse para que se tornasse viável uma série de medidas de incentivo conhecidas sob o rótulo geral de “retomada do cinema brasileiro”. Essa fórmula, de tom salvacionista, se compunha de incentivos pontuais, como os concursos “de resgate”, e medidas institucionais, sob a égide das leis de incentivo.
Vinte anos depois, o panorama parece muito diferente, por um lado, e muito parecido, por outro. Se naquela época, antes do socorro, o Brasil limitou-se a produzir apenas dois ou três títulos por ano, hoje chega a 80, 90, tendendo aos cem. Naquele tempo, o público era quase nulo. Hoje mantém média de uns 10% do mercado anual. Não avança e nem recua, fora um ano excepcional (2003) quando bateu nos 23%. Exibe uma razoável diversidade de títulos, comédias e obras intimistas, muitos documentários, um ou outro filme de apelo popular e alguns de alto significado artístico. Os festivais de cinema, que se podiam contar nos dedos da mão no começo dos anos 1990, hoje passam de 200. Há mais salas de exibição, mais movimento econômico nos laboratórios e nos escritórios de organizadores de eventos. Enfim, a atividade, se não floresceu de maneira espetacular, pelo menos parece muito mais saudável do que naqueles anos de triste memória.
E, no entanto, podemos imaginar: e se chegasse hoje ao poder um novo Collor, conseguisse revogar as leis de incentivo e jogasse de novo o cinema no circo romano das forças de mercado, o que aconteceria? Teríamos um grande movimento em defesa do nosso cinema? O golpe geraria editorais indignados na imprensa, haveria passeatas, artigos de especialistas, choro e ranger de dentes? Duvido. Fora nós, que sempre estivemos convencidos da necessidade da existência de um cinema brasileiro, quem viria em socorro dele? Suspeito que ninguém.
A constatação é dura, mas tem de ser feita: depois de 20 anos, o cinema brasileiro ainda é incapaz de mostrar ao seu público potencial que ele é indispensável, item fundamental da nossa cultura, o nosso espelho, a maneira como enxergamos a nós mesmos, etc. Tudo isso que nós (e apenas nós) vivemos dizendo e repetindo, convencendo a nós mesmos (ou seja, aos já convertidos) da veracidade das nossas razões, mas a mais ninguém.
Não que essas afirmativas não sejam pertinentes, ou pelo menos muito razoáveis. Os que sabemos da importância política (sim, política) da sobrevivência dos cinemas nacionais, bem entendemos a necessidade de protegê-lo da concorrência predatória. Certo. Mas, e quanto ao público em geral? Será que ele está muito preocupado com isso?
Vejo motivos para inquietação. Primeiro, porque o cinema brasileiro não conseguiu pôr um ponto final numa situação emergencial (a tal da “retomada”) e dar um passo adiante, rumo a uma política cultural digna desse nome. O exemplo foi o abortado debate pela Ancinav, que terminou em recueta vergonhosa, sem que sequer as ideias fossem colocadas em pauta e discutidas, antes de serem descartadas. Tende-se então a eternizar uma situação provisória e torná-la definitiva, com todos os seus óbvios inconvenientes (diretores de marketing das empresas dando pitacos nos projetos parece o menor entre eles).
Mas o fato principal é que a relação com o distinto público continua complicada. Este costuma prestigiar de preferência produtos que poderia perfeitamente estar vendo na TV. São os mesmos atores, as mesmas atrizes, as mesmas histórias, a mesma estética, tudo igual. Mais do mesmo transposto da tela pequena para a tela grande.
Já quem destoa dessa mesmice parece se conformar com fatias mínimas de público, ou com o sucesso enganoso nos festivais, que funcionam da mesma forma que tapinhas nas costas dados por amigos fiéis. Quem freqüenta festivais sabe que filmes ovacionados, aplaudidos em pé e levados aos cornos da Lua pela crítica costumam decepcionar quando expostos ao público “normal” no circuito convencional de cinema. Isso quando chegam lá.
A mesquinhez da mentalidade vigente nesse circuito comercial justifica em parte essa dificuldade de contato com o público. Mas não explica tudo. Talvez fosse útil substituir a choradeira pela consciência de que essas dificuldades podem ser sinais de alerta a produtores e cineastas de que, talvez, eles não estejam conseguindo encontrar uma brecha na atenção do público. Na voragem de lançamentos característica do hipercapitalismo, não encontram um diferencial que faça dos seus filmes algo premente, indispensável e merecedor de atenção. Pode ser (é uma hipótese) que não estejam captando o espírito do tempo e suas necessidades. Não entram em sintonia com as aspirações do público.
Assim como os documentários, tão badalados por seus inegáveis méritos, mas que enfrentam dificuldades em se desvencilhar de fórmulas batidas, do culto aos personagens, das entrevistas, dos tipos humanos mais ou menos curiosos, da excelência da música, etc. Vivem também da constatação dos problemas sociais, sem enfrentar os dados estruturais que estão na origem dessas questões. Comentando os filmes de Fernando Solanas, que têm muitos problemas, são discursivos, etc, Jean-Claude Bernardet diz que, pelo menos, eles tinham a ambição de afrontar a estrutura do capitalismo, do mercado financeiro e do sistema industrial e político, ligando-os às contingências da história argentina. Aqui, nem se pensa nisso.
Claro que os que escrevemos sobre cinema somos parte do problema. Nunca antes nesse país houve tantos críticos de cinema, nem sua ressonância social foi tão pífia. Do exercício de uma cinefilia solipsista em seu esplêndido isolamento ao conformismo da função de indicadores de bons programas para a classe média, temos falhado em compreender os filmes em seu conjunto e relacioná-los a determinadas circunstâncias históricas. Esterilizados pelo pedantismo pseudo-universitário ou pela superficialidade de fornecedores de dicas de consumo, não temos desempenhado a função de provocar o debate cultural sobre as obras e, portanto, torná-las mais presentes e atuantes no imaginário social. Condenamo-nos à irrelevância.
Isso posto, pode-se concordar que a situação atual é muito preferível à do início dos anos 1990. Caminhamos. Mas também é óbvio que, em 20 anos, deveríamos ter avançado muito mais.
A modéstia das nossas ambições deve ser tema para debate.
(Originalmente publicado na Revista de Cinema, maio de 2010)

Cineastas e Imagens do Povo

A mostra apresenta um painel bastante amplo e aprofundado da linguagem do cinema documentário no país, desde a década de 60 (com títulos que muitas vezes nunca chegaram a ser exibidos em salas de cinema) e até os primeiros anos da década de 1980. Esta é a primeira vez que se reúnem os títulos analisados pelo professor e cineasta franco-brasileiro Jean-Claude Bernardet, que, em 1985, escreveu um livro que, imediatamente, virou referencial para todos os que estudam, fazem e amam o cinema brasileiro.
Local: Centro Cultural Banco do Brasil - SCES, Tr. 2, Lt. 22 - Asa Sul - 3310-7087
Data: Sábados e domingos, às 18h30 e 20h30, também às 16h30
Preço inteira: R$ 4
De: 08/06/2010
Até: 27/06/2010
Informações: 3310-7087

terça-feira, 1 de junho de 2010

Texto de Umberto Martins

( realizador do curtissimo, Sala de Montagem, premiado na categoria melhor filme na edição de 2010)

A desmistificação de um ofício.A possibilidade da imagem cria a banalização da imagem.Vem-me a cabeça uma palavra: inversão. Qualidade é quantidade? Não seria melhor preparar mais, pensar mais, planejar mais do que imprimir muito e sem critério?Outra coisa em que fico pensando é uma doideira, pois trata da transferência de responsabilidade ou transferência de decisões. Como foi captado muito material, é transferido para o montador a responsabilidade de ver todo o material e poder tomar as decisões sobre a escolha e o momento das cenas que serão usadas na edição final.Na hora da captação das cenas, como você pode digitalizar direto num HD com muita memória, a quantidade de material que é enviado para a montagem é absurdo. Mas ao mesmo tempo, o que eu chamo de banalização também pode ser chamado de inclusão, possibilidade de acesso à criação de imagens por todos. O mundo digital permite isso. Tem escola de cinema para índios, para os jovens favelados e das periferias. É um novo tempo, precisamos aprender a lidar com ele, embora as coisas estejam sempre mudando.Posso contar duas experiências recentes com duas produções de filmes publicitários que editei.REDAntes de começar a montar tive que me informar sobre algumas coisas, como por exemplo: como montar no Avid o material originário da Red sem perder a informação do time-code nativo? Tenho que agradecer ao Thames Lustre e à equipe de montagem da O2, que após editarem em Avid a série para TV “Som e Fúria”, que teve suas imagens captadas com a RED e também com 5D, passaram-me as informações de como abrir o material através do plug-in Meta Cheater. Existem outras maneiras de fazer com outros plug-ins, mas desde então venho usando esse método.No primeiro trabalho, um comercial de automóveis, captado com a câmera RED, o set era um câmera-car com uma grua com controle remoto seguindo um automóvel na Avenida Paulista e cercanias. A câmera não cortava nunca. As tomadas têm cerca de 30 minutos em média.Captava direto no HD da câmera de 600 GB, quando cortava a câmera demorava muito para reiniciar, por esta razão, optou-se por não cortar em nenhum momento.Em cada uma dessas tomadas eu tinha o plano geral, o médio e o mais fechado, detalhes das rodas, faróis, grade dianteira, etc. Imaginem a dificuldade para separar o material, classificar o que é o quê, para ter acesso mais fácil na hora de montar, se numa mesma tomada você tem vários planos? Só o material exterior-dia de um dos automóveis tinha 6 horas captadas. E estou falando de comerciais de 30 segundos.Um novo critério para se ver o material: eu me deparei nesse mesmo trabalho com uma tomada de 33 minutos. A tomada consistia em um tilt. Correção da câmera do painel do automóvel para a alavanca de câmbio automático. Painel - câmbio, câmbio – painel: 33 minutos.Eu precisei ver todos os movimentos para poder escolher o melhor, mas é tudo igual. Muitas vezes foi preciso acelerar os movimentos, então qualquer tomada serviria? O total do material captado nesse trabalho foi de 16 horas, eu tive que entregar três comerciais de 30 segundos mais 3 minutos de banco de imagens para o cliente. O material captado foi aberto no Pablo da Casablanca, descarregado numa fita HD. Recebi uma cópia do material em mini DV. Digitalizei no Avid na mesma qualidade, só para montar. Depois de montado exportei um EDL. O filme montado foi conformado na Casablanca e feito um color grading, somente do filme montado.5DEstou convivendo hoje, também num trabalho para publicidade, com 21 horas de material para três comerciais de 30 segundos. O material foi captado com três câmeras 5D simultâneas. Depoimentos, mais cenas de cobertura para poder ilustrar os depoimentos. Foram 60 horas de trabalho, só para poder importar o material para dentro do computador onde seria editado.Recebemos o material num HD de transporte e abrimos em qualidade DV no Avid, somente para a montagem. Antes de filmar, foi feito um teste de sincronismo com a 5D. O som gravado num DAT segurou um sincronismo absoluto em tomadas de até 10 minutos de duração, a partir daí passou a variar, mas nada que não desse para ajustar na “gilete”. Graças à Deus, à Santa Edite e ao Dr. Shutz, bateram a claquete. Para quem não sabe, essas são as entidades máximas que habitam as salas de montagem e edição.Para abrir esse material no Avid, levamos mais ou menos de 2,5 a 3 para um, ou seja, para cada 1 minuto de material captado gastamos 2 e meio a três minutos para abrir.Esse trabalho de importar os materiais a serem montados é feito pelo assistente de ilha ou pelo assistente de montagem, profissionais que hoje em dia precisam ter conhecimento de informática.Importar o material é um trabalho que deve ser feito com o maior cuidado e organização possível, porque é dessa organização que partirá todos os EDLs, listas OMF, etc. Eu só estou na ativa ainda porque conto com a ajuda de assistentes, em geral jovens, que têm familiaridade com a linguagem dos computadores e da informática.Depois de montarmos o filme, conformamos a montagem no Final Cut em qualidade Full HD. Exportou-se um Quick Time Movie sem compressão para a Casablanca, onde foi feito o color granding final.Esses filmes foram produzidos pela produtora Movi&Art.É muito doido, mas não tem volta. E a velha máxima de que o material é Rei, foi pro brejo? Será que vamos ter que assistir o material em fast? Ou é só uma questão de educação?É preciso urgentemente que se crie algum critério para captar imagens no formato digital. Até lá, vamos seguir os critérios já estabelecidos pela cinematografia? Por favor, pensem antes de captar.Eu estou no exercício da função de montador de filmes publicitário há 37 anos e já passei por outras mudanças. Deixei a moviola e, infelizmente, passei a montar naquelas ilhas Umatic. Era um horror, não tinha precisão nenhuma, foi um tempo muito ruim.Depois passei a editar com Avid, o que foi um prêmio. Consegui novamente pensar a montagem do filme como eu pensava na mesa de montagem, o processo de raciocínio é o mesmo. Confesso-me um devoto do Avid. Hoje em dia os produtores querem forçar a barra para que nós, os montadores, usamos o Final Cut porque é mais barato. A geração Final Cut é composta pelos mais jovens. Os velhos contadores de história como eu preferem o Avid.Estive recentemente fazendo um trabalho na Argentina, e fiquei sabendo que a Associação das Produtoras de Filmes Publicitários de lá patrocinou uma pesquisa com os montadores acerca de suas preferências por equipamentos de edição e montagem. Não deu outra: Avid na cabeça. Só um montador consultado preferiu o Final Cut.É preciso “domar” as pessoas envolvidas na captação de imagens pelo método digital. Depois da produção, existe a pós-produção. O excesso de material está matando os montadores, inclusive de fome, porque o montador trabalha agora, no mínimo, quatro vezes mais, sem contar o tempo necessário para importar o material.Toda mudança é dolorosa.O mundo digital é prejudicial à coluna cervical dos montadores.

Plantão Publicada em 26/05/2010 às 15h46m

O Globo, com informações da Agência Senado


RIO - Alunos do ciclo básico da rede pública de ensino serão obrigados a assistir filmes nacionais por, no mínimo, duas horas mensais. A proposta é de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi aprovado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A proposta segue agora para aprovação em plenário, antes de ser sancionada a lei. (Veja também: Estudantes da rede pública do Rio terão aulas de história da MPB)
De acordo com o texto da proposta, o objetivo, segundo o político, é disseminar a cultura na rede pública a um custo reduzido e despertar nas crianças o interesse pelas produções nacionais.